sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Educação Musical nas escolas

Estava dando uma olhadinha nas redes sociais e encontrei esta matéria de Diego Cavalcanti onde fala da Educação Musical nas escolas.
Acredito que na época em que frequentei as séries iniciais, faltou muita coisa. E hoje, pelo que vemos, as gerações futuras acabam perdendo ainda mais: não há acompanhamento disciplinar, não há liberdade de opção no ensino religioso e as escolas não promovem mais oficinas e muito menos incentivos à compsosições escritas e musicais... festivais de dança e música, muito menos. Isso é o reflexo da minha cidade, isso não quer dizer que não existe cidades onde isso está sendo desenvolvido.
Mas para não criar muita polêmica sobre o assunto, coloco abaixo o link onde está publicada a matéria:



Educação musical nas escolas: realidade ou ilusão?



Tenham uma excelente leitura...


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Workshop "TV, Jornalismo e Credibilidade na Era Digital" - Cezar Freitas


Estive presente ontem a noite, 20 de Novembro, no auditório do SESC de Ijuí no workshop promovido pelo Espaço Social Unimed e a RBS TV, tendo como tema "TV, Jornalismo e Credibilidade na Era Digital". O Workshop ministrado pelo Diretor de Jornalismo Cezar Freitas abordou o avanço da tecnologia e as mídias de massa, a visão do Grupo RBS diante do avanço da tecnologia o que se prevê para o futuro do Jornalismo.


Pude entrevistar, após o workshop, Cezar Freitas. Uma pessoa que não nega "gostar de pessoas". Muito simpático, respondeu a entrevista:

Quer ler mais?? Clique na foto!!




Entrevista realizada por
Egmar Ribeiro
Blog "Fato em Pauta"
PROFESSOR JAIR GONÇALVES REALIZA RECITAL DIDÁTICO E FALA SOBRE A CULTURA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ


Com o intuito de incentivar a música na escola, o professor Jair Gonçalves organizou na segunda-feira passada, dia 19, um recital didático onde foi beneficiada a escola de educação infantil Branca de Neve do Bairro Modelo. Através do apoio da BAH Produção Cultural, o professor conseguiu Registrar este momento importante para a cultura musical no município.
Conforme o professor, foram trabalhados conteúdos musicais importantes com as crianças, como a intensidade Piano, Forte, atividades lúdicas como paisagem sonora, brincadeiras e jogos musicais.
A Orquestra Estudantil, que é uma iniciativa do professor, realizou um recital para professores e crianças da escola infantil visitante. O repertório variou entre os gêneros erudito, popular, latino americano, rock e músicas desenho animado. O professor e os educandos da orquestra, trocaram saberes e conhecimentos musicais com as crianças através da música. O professor estimulou as crianças de forma que aprendessem a conhecer os instrumentos por famílias, que abrangem os de cordas, sopros, madeiras, teclas e percussão.
foto: Egmar Ribeiro
Conforme o professor-regente “é necessário ter iniciativas pessoais, trazer contribuições para a cultura musical no município, já que aqui os projetos culturais são precários e não existem políticas públicas pensadas por profissionais qualificados para o setor da música e cultura. Além disto, a comunidade precisa entender que cultura não é o que acontece em outubro na feira de Ijuí, que é um evento privado. Necessitamos sim, uma iniciativa urgente, para atender as demandas no setor cultural durante todos os meses do ano. Por que não existir um Pró-Música e eventos semanais para que os jovens, as crianças e cidadãos do município tenham espaços de lazer?
Os recitais didáticos são uma forma de chamar a atenção para estas questões da educação musical e da cultura em Ijuí, que desde outrora são constantemente negligenciadas pelo poder público e tem o apoio da direção da direção da escola IMEAB e Bah Produção Cultural.
O projeto Orquestra Estudantil pode ser conhecido direto no link: http://www.youtube.com/watch?v=meKV_aieGAQ  .   

                                                                                     por Jair Gonçalves

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Recitais Didáticos: Banda de Música do Professor Jair Gonçalves


Nesta tarde de Segunda-Feira, dia 19 de Novembro, as crianças da Escolinha Municipal "Branca de Neve" do bairro Modelo tiveram uma aula diferente: um recital especialmente elaborado para elas. 
Crianças com faixa etária entre 03 a 05 anos de idade tiveram seu primeiro conhecimento musical através de uma pequena palestra e recital ministrado pelo professor e estudioso em Música, Jair Gonçalves.

Com entusiasmo e muita diversão, as crianças aprenderam sobre os instrumentos e sons e demonstraram grande interesse pelo o que a música pode oferecer. 
Foram apresentadas às crianças canções como "La Bamba", "Carrossel de Fogo", e canções de Paula Fernandes. O professor usou de muita descontração ao apresentar aos pequenos uma canção do programa "Chaves". O encerramento foi com trilha sonora de "Pica-Pau". 
Uma forma descontraída e didática de apresentar a Educação Musical nas escolas, onde podemos despertar novos artistas.
                                   
 


 Fotos e reportagem por
Egmar Ribeiro

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Rede de Pontos de Cultura!


A Bah! Produção Cultural dentro da Oficina para formação de "Rede de Pontos de Cultura"

Por Ticiana Ribeiro

Como havíamos prometido na abertura deste blog, nós como uma entidade voltada para a cultura, estaremos sempre participando ativamente e de alguma forma em eventos do município para colocarmos a notícia em pauta... não de forma comum, mas uma notícia no ponto de vista cultural. E esta que trago hoje não é diferente: participação em peso de nossa ONG nesta oficina ministrada por Paulo Barbosa, ativista cultural que veio a convite da Secretaria Estadual de Cultura, onde foi atualizada informações para a formação de Redes de Pontos de Cultura em Ijuí e região de abrangência. 
Tivemos muitas entidades representadas, muitas perguntas feitas e sanadas de acordo com os requisitos exigidos para a avaliação e efetivação dos projetos para 2013.
O total de recursos investidos neste convênio chega a R$ 18,13 Milhões, contemplando grupos culturais da sociedade civil.
Mas, nem só disso vive a cultura, mas também de bons projetos e este foi nosso assunto na entrevista feita com o palestrante:



1 - Tendo contratado um oficineiro, independente de formação superior, como em um exemplo de escola de música, seria estritamente necessário ter esta formação, um conhecimento superior para educação musical? Que a pessoa que vá lecionar educação musical é obrigada a ter uma formação superior, para dar uma educação de qualidade para os alunos nas escolas?
Não. Hoje em dia estamos muito felizes com a inclusão da música na educação, desta possibilidade de ter música dentro das escolas e a gente entende que a música não necessariamente passe por uma tecnologia. O que define um músico, muitas vezes, não é o fato dele saber ler as partituras, saber escrever,  e sim se ele tem uma didática de como ele vai ensinar aquele conhecimento dele. Na minha opinião, a gente luta para abrir estes espaços para a música dentro da escola, mas não  no formato da escola, e sim, no formato da música, seria a música na educação e não mais uma disciplina dentro da educação. Então, poder romper os muros das escolas, levar estas crianças a conhecer os lugares de composição destes artistas, destes músicos, também rompendo estas barreiras, dos muros. E a gente entende também que pra ti construir produtos culturais, por exemplo, levar uma cantiga de roda ou uma ciranda, tu não precisa de nada disso pra estar estar levando este conhecimento que é muito ancestral, onde não se dependia de partituras, não se tinha tempo musical, nem nada, isso tudo era construído conforme os sentidos mesmo. Aquela questão da espontaneidade das pessoas. Acho que também isso é muito importante, quando a gente está cantando uma ciranda ou uma cantiga, a gente está trabalhando música, e não necessariamente os nossos maiores cantadores os nossos maiores cirandeiros não passaram por um processo técnico de conhecimento da música. E aqui, quando eu falo em música, de que música estou falando: a música européia, que é formada em partituras, quantos contratempos e quantos tempos existem entre uma nota e outra, quantas coisas diferentes a gente pode tirar fora desta orientação eurocêntrica de que é a música. Então, eu acho que é um pouco isso, acho que é ouvir a música. Música é feita para ouvir, não tem um pré-estabelecido ou um critério anterior pra ti ser músico.         



2 - Hoje temos jovens que desconhecem a história de seu povo devido à falta de incentivo cultural. Qual o primeiro passo para alcançarmos estes grupos? De que forma trazer estes jovens novamente para dentro da cultura?
Esta pergunta nos remete a uma realidade que a gente vive hoje em  dia. O uso e o consumo de drogas, o crack e tudo o mais. Então, a questão da evasão na escola mesmo, quais os fatores que levam estes jovens a evadir a escola. A gente tem o entendimento que falta uma identidade cultural para estes jovens se identificar com a escola. Então, a escola teria que começar a encontrar uma forma de conseguir compreender esta linguagem, como já dizia o Paulo Freire, que tu tem que falar a linguagem de onde tu está. Se o professor começar a falar coisas que aquele jovem nunca viu, nunca vai ver, não vai ter sentido pra ele. Eu acho que o hip-hop  hoje em dia, é a forma que dialoga melhor com este tipo de interação, porque tu pode transmitir um conhecimento através de uma oralidade, através de uma música. Quando se fala em hip-hop a gente tem muito preconceito em cima do que se pode ser construído. Mas cabe ao educador saber como que ele vai se apropriar deste conhecimento, que o hip-hop é um conhecimento, de que forma ele vai se beneficiar disso na escola. Que a gente entende que esta questão da juventude ela sempre foi muito complicada, e está ainda mais no mundo de hoje com toda esta cultura digital, toda esta tecnologia, com tudo o que a gente tem. Então, a escola parece que ficou parada no tempo, não conseguiu acompanhar a cultura. Como a educação, de certa forma, quando se separou lá a cultura da educação, eu tenho assim que foi um dos melhores momentos para a cultura, porque enquanto a educação continuou estagnada, com o giz e o quadro negro, a cultura se recontou, ela encontrou outra forma de se recontar na cultura digital, se interando das novas tecnologias, e hoje a educação vê isso e quer trazer esta cultura para dentro da escola. Então, tem que ser valorizada esta cultura de volta para dentro da escola. Não enquadrar ela dentro do currículo, e sim, tentar ver como esta cultura ela se movimenta dentro da escola.                   



3 - A visão do que é cultura hoje está um pouco esquecida ou mau interpretada. O que é a cultura em sua essência? De que forma ela pode ser melhor desenvolvida?
Como diz um mestre meu: Cultura é cultivar. Então, quando tu pára de cultivar, a planta morre. Então, a mesma coisa é com a cultura: se você deixar de cultivar, deixar de ter os espaços para as manifestações culturais, elas vão se adormecer, elas vão se deixar levar por esta mídia mais imediatista da televisão principalmente. Então, eu acho que este retrocesso da cultura é muito por falta de espaços que se possam cultuar estas culturas. É diferente, de tu tá podendo regar aquela cultura... é aquela metáfora da semente: tu planta a semente, ela nasce, ela cresce, ela reproduz, ela dá os frutos e depois ela morre. Mas, ela sempre produz a sua semente, que cai no chão para outra vir. Então, acho que é um pouco isso, tá faltando a gente ocupar os espaços públicos principalmente, com propostas culturais. Porque eu vejo que nós sofremos uma evasão dessa mídia globalizada que muitas vezes acaba mudando totalmente a relação das pessoas, onde os mais velhos acabam não tendo valor; se não se ouve uma pessoa mais velha, temos que aumentar estes espaços junto dos mais velhos e os mais novos. De que forma se coloca estas pessoas juntas para se entenderem... quanto foi a dificuldade de se ter um ônibus, pra se ter um asfalto na rua, pra ter um esgoto, como foi a batalha, quantas pedras foram tiradas do chão para se construir a cidade. Pra se hoje não se valorizar estas pessoas, valorizar a cultura destas pessoas, acho que só assim, colocando em contato, acho que falta fazer isso ai, que se pode ter uma valorização desta cultura adormecida.              


4 - Por que hoje temos o sentimento de que a cultura é mais voltada para as elites? Por que há tanta carência cultural para o povo como um todo?
Vou discordar um pouco de ti, quando você fala que a cultura está mais para a elite. Acho que está acontecendo cada vez mais o inverso: a elite está indo para os guetos, para as populações de cultura popular, pra lá realmente entrar em contato com a cultura. Porque a elite não consegue produzir cultura, ela consegue consumir a cultura. A elite, ela consome a cultura. Então ela acaba consumindo a cultura, acho que ai está a valorização da cultura popular, porque tu tem uma elite que é estéril que acaba vivendo em função do capitalismo, do acúmulo e acaba perdendo sua referência cultural. E no momento em que vai procurar por uma cultura, não é no teatro muitas vezes... o que que esta elite consome de cultura se não são as festas populares que existem, não é? Qual que é a cultura que eles consomem, qual que é a cultura? Não tem uma cultura... tem a cultura do trabalho. Mas não tem a cultura popular, a cultura da música, a cultura da arte, essa coisa espontânea. Então, eu acho que cada vez mais essa elite, ela vai acabar se voltando à essa cultura popular. E muito disso em função das políticas públicas que estão sendo criadas de valorização. Aqui no Rio Grande do Sul ainda tem esta diferença, mas é só você sair aqui do estado que tu começa ver as culturas populares sendo valorizadas, tendo produtos, dentro de uma rede de economia da cultura, onde esta elite acaba indo consumir essa cultura, porque a gente entende que esta elite não tem uma cultura, ela só consome uma cultura.           

domingo, 11 de novembro de 2012

Ensino Gratuito Da Música Nas Escolas Públicas Brasileiras E A Inclusão Cultural

por Jair Gonçalves



Música nas escolas é uma forma de inclusão

Conforme Grout e Palisca (2004), a mais de 2000 anos atrás o filósofo grego Platão já incentivava que seus guerreiros fossem instruídos com música. Os historiadores e arqueólogos encontraram provas (de um período de séculos antes de Platão) que o homem primitivo já fazia música utilizando ossos, cornos de animais, peles dentre outros (Menuhim, Yehudi e Davis, Curtis, 1990). Na bíblia temos o exemplo dos Salmos de David que foi um músico, utilizou música para profetizar, sendo que é considerado um dos maiores personagens deste livro.

Mas o que diz a ciência sobre a música e seus benefícios para o ser humano?

Paulo Roberto Suzuki, professor e educador na área de computação e criatividade, músico, estudante e pesquisador na área de musicoterapia e da neurociência nos últimos 10 anos, afirmou que “A música atua nos dois hemisférios do cérebro. O lado esquerdo que é mais lógico e seqüencial e o direito que é holístico, intuitivo, criativo. No processo musical os dois lados são trabalhados”.

Sem dúvida a música é um dos estímulos mais potentes para os circuitos do cérebro. Além de ajudar no raciocínio lógico-matemático, contribui para a compreensão da linguagem, com o desenvolvimento da comunicação, para a percepção de sons sutis e para o aprimoramento de outras habilidades.
Na sala de aula o benefício será ainda maior. O aprendizado da prática musical favorece a condição do estudante com relação à criatividade. “Com a música ele fica mais criativo, sabe improvisar, ter mais naturalidade a lidar com os conteúdos e isso acaba favorecendo, de forma genérica, o aprendizado”, afirma Suzuki. Além disto ajudará muito no aspecto da socialização, visto o esforço que a música exige para ser feita em conjunto.
     Caberá a um profissional bem preparado (Educador Musical, Musicoterapeuta) administrar toda esta diversidade cultural em que se tem em sala de aula, em função de um ensino musical de qualidade, pois será responsável por um grande número de avanços nos processos da sala de aula. Sairão contemplados os professores de matemática, física, química, visto a relação direta que tem a música com o desenvolvimento cerebral e conseqüentemente: o aprendizado.

O educador musical deve ainda compreender a importância do universo sócio cultural e afetivo do educando, utilizando as músicas que façam parte do dia-a-dia do mesmo e que estejam dentro dos padrões de sua cultura, e se puder, enriquecer este ensino com novas informações e idéias. 


Educação musical na escola: Novas possibilidades de inclusão cultural

Há quem diga que a música é arte dos sons, que ela é uma ciência, a ciência dos sons, onde se tem três elementos: ritmo, melodia e harmonia e que através de tudo isto o indivíduo pode se expressar. Mas ela é muito mais que isso, pois existiram homens e ainda existem sob a face da terra, que para eles, a música foi e ainda é a própria vida. Muitos deles não a enxergavam e nem a enxergam apenas como pano de fundo de beleza estética ou como ferramenta de entretenimento burro.

Tão importantes são os atores sociais quando além de amarem o que fazem, ainda desejam que o que amam e lhes enriquece a alma, possa fazer parte da vida de outros seres humanos, mesmo sabendo que existem aqueles que desprezam a arte, a educação e a cultura.

Falo isto em forma de agradecimento à luta de muitos músicos, educadores musicais e demais profissionais da educação e cultura, pois com a aprovação da lei nº 11.769, podemos ter uma ponta de esperança no sentido de fazer com que a música chegue às pessoas de baixa renda além de melhores perspectivas de mercado de trabalho para o músico-educador. Existe um significado por trás disto que nos remete pensar que a música com todos os seus benefícios, agora poderá estar sendo alcançada a estas pessoas. Resta saber agora como fazer isto da melhor forma possível, pois o caminho está aberto.

Mas para que a educação musical aconteça de verdade é preciso o envolvimento de todos os setores da sociedade: educação, (universidades, escolas) da cultura e principalmente dos governantes, pois desde sempre, se fez necessária e com urgência das políticas públicas em prol deste fim. Além disso, cabe à sociedade despertar da alienação de seus direitos e buscar ações que reafirmem estes direitos, e que surjam destas ações políticas públicas e leis como a nº 11.769.

Parabéns a todos que lutaram por isto. 

Autor: Jair dos Santos Gonçalves 
Acadêmico do Curso de Música/UFSM, Músico, Produtor, Compositor

www.jsgoncalves.xpg.com.br
audio1produtora@yahoo.com.br

Participações Especiais - Bah! Produção Cultural




Como toda entidade cultural que se preze, nós da Bah! Produção Cultural não podíamos ficar de fora da 23ª Feira do Livro Infantil do SESC e 20º Feira do Livro de Ijuí.
Como meta de nossa entidade, queremos participar ativamente dos eventos culturais do município, ora divulgando, ora trabalhando de forma efetiva. 
E nesta edição da feira, iniciamos nossos trabalhos com a cobertura do lançamento dos livros dos autores Américo Piovesan, Dieison Groff, Lucênio Arno Schultz e Geraldo C. Coelho e também com a participação especial do músico e professor de Educação Musical da Escola IMEAB, Jair Gonçalves, grande colaborador e um dos fundadores do projeto Bah! Produção Cultural.
Com excelência em seu trabalho como músico, Jair nos brindou com grandes clássicos da música brasileira e músicas nativistas, demonstrando todo o seu talento ao público presente.
Outra participação do músico foi o acompanhamento musical na declamação dos poemas do autor Américo Piovesan.




Entrevista com patrono da 23ª Feira do Livro Infantil do Sesc e 20ª Feira do Livro de Ijuí - Américo Piovesan

Com grande repercussão e participação de excelente público até o momento, a 23ª Feira do Livro Infantil do Sesc e 20ª Feira do Livro de Ijuí tem atraído escritores de várias partes do estado e também "prata da casa". Hoje foi o lançamento de livros de autores iniciantes e também já consagrados no meio cultural: Américo Piovesan, Geraldo C. Coelho, Dieison Groff e Luceno Arno Schultz.
Com 04 publicações direcionadas ao público infanto-juvenil, o patrono da feira do livro deste ano Américo Piovesan destaca a importância do incentivo à leitura nas escolas e a participação ativa de professores no processo de alfabetização através da leitura e contação de histórias.
Em entrevista à Bah! Produção Cultural, Américo Piovesan relata sua trajetória cultural dentro do município:

1 - Como você conseguiu atingir o público infanto-juvenil, nesta realidade em que vivemos, tendo a internet e também outras formas de distração, onde a leitura seria considerada a última opção na lista das crianças e pré-adolescentes?
Esta pergunta é bem ampla. Eu tento me aproximar das crianças e dos adolescentes não só escrevendo os livros mas também contando histórias, porque tem um projeto na escola IMEAB, onde conto histórias para as crianças, para o ensino fundamental e médio, e contando histórias a gente consegue aproxima-las um pouco mais dos livros e da leitura. O fato de contar histórias aproxima eles dos autores, falamos dos novos, falamos de outros autores. É uma atividade que faz parte, toda a semana a gente faz isso. A gente indo nas escolas, formamos um hábito, as preferências, os gostos... enfim, formando os hábitos  vinculados nas pessoas, dando exemplos para os pais lerem em casa, incentivando seus filhos, fazendo com que seus filhos não deixem os livros em segundo plano, não dando espaço a internet e facebook.


2 - Quais as dificuldades encontradas para um escritor "de cidade pequena", onde há pouca base cultural? E de que forma conseguiu chegar ao 4º livro publicado?
Com muito esforço. Eu tenho o privilégio de contar com um grupo de amigos que tem uma formação cultural acessível, eles percebem a importância de incentivar o que a gente faz: formar leitores. Escrever, não só para dizer:"Publiquei um livro"... mas fazer com que este livro chegue nas escolas, digo no sentido que, o livro vai chegar e vai ser mais lido e vai haver mais interesse pra ler ele e ter fã lá também. Ai que eu entro como contador de histórias e de poemas, tentando me aproximar de uma linguagem mais lúdica para ser mais acessível, no sentido que a gente quer aproximar mais da música e da poesia.

3 - Quando surgiu este desejo de escrever histórias? E se há interesse de atingir ao público adulto com futuras publicações?
Pois é, já escrevo há cerca de 5 anos, tive uma experiência por mais de 15 anos como professor universitário, onde minhas aventuras quase todas eram voltadas à questão da filosofia, mais acadêmicas, mas eu tenho assim como hábito ler muito, tive incentivo na escola, escrevia poemas... sempre escrevi poemas na adolescência, depois, também, eu publicava, de vez em quando, em jornais.
Então, o desejo estava meio que latente já. E quando chegamos na cidade, tive tempo de parar pra pensar no que fazer no futuro. Também me tornei pai, e tendo uma criança em casa, de certa forma, e não apenas isso, mas me ajudou muito a me interessar em escrever para crianças. Meus livros não são apenas para as crianças, são para todos os públicos. A maior dificuldade é pensar que o personagem Teco é uma criança, porque o autor tenta se colocar na posição de uma criança, tenta imaginar, enfim. No fundo, não existe essa separação de público infantil, infanto-juvenil, juvenil e do adulto, é difícil fazer esta separação. A literatura é para todos. E é claro dentro da faixa etária das crianças devemos fazer uma separação. Porque teve hoje a tarde aqui na feira, uma peça de teatro baseada na obra de Simões Lopes Neto, onde não deu muito certo, não é que não deu certo, mas onde que o público era infantil e não compreendia a linguagem, onde era uma linguagem mais gauchesca, de 100 anos quase. Então, tem que tomar cuidado com isso, é claro. Mas de modo geral, a gente não fica pensando: "Bom, vou escrever agora para crianças de 5 e 6 anos, 7, 8 e 9"...


4 - Com sua visão e conhecimento cultural adquirido como escritor, como você vê o apoio cultural dentro de Ijuí?
A gente percebe alguns avanços, por outro lado, muito tarde para comemorar. Mas sou um cara otimista, tenho esperança que alguns projetos sejam colocados em prática, como um centro cultural, estas coisas... Acho que falta é uma democracia aqui, um espaço como este aqui da praça, por exemplo, um espaço mais permanente para que todo mundo possa assistir um teatro, possa ver shows, que não seja muito elitizado. Enfim, infelizmente não temos cinema, mas tem melhorado muito espero que possa melhorar cada vez mais. É o que todos nós queremos. 


5 - Como foi para você receber o convite, ou se foi uma surpresa, de ser patrono desta edição da feira do livro?
Foi uma surpresa sim, e foi uma boa surpresa. Fiquei bastante surpreso e aos poucos fui tentando assimilar o que é ser um patrono, pois eu nunca havia sido. Sempre tem a primeira vez... daqui há alguns dias fui pensar nesta experiência. Está sendo muito gratificante,  estou bastante cansado, mas é um cansaço muito bom. Depois de um dia assim, você está entre as pessoas, dos livros, de eventos culturais. É uma ótima surpresa e espero estar a altura, e me sinto cada vez mais responsável em cumprir o meu papel de incentivador da cultura e da escrita com as crianças.



Entrevista  realizada por Egmar Ribeiro
no dia 09 de Novembro de 2012 
durante lançamento do 4º livro do autor: 
Teco, o poeta sonhador - "Canções do Despertar"


O que é a Bah! Produção Cultural...



Somos um grupo de pessoas que têm o sonho e desejo de contribuição cultural. Levar às pessoas o gosto pela arte em suas variadas vertentes, deixar as pessoas conhecerem a cultura em sua essência, torná-las parte da cultura e a cultura parte delas.

Somos pessoas que buscam o auxílio à cultura. Pessoas que acreditam que é através dela que se move o mundo. É através do conhecimento cultural que se derruba barreiras e se movimenta a vida. É a partir da cultura que se dá o conhecimento.

Somos um grupo de pessoas e convidamos você a fazer parte disso também...